Ir para o conteúdo Ir para o conteúdo
Logo da ASSENAB
JUN
14

ELABORAÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO NA ENGENHARIA ELÉTRICA

Quarta, 14/06/2023

O Engenheiro Eletricista no uso de suas atribuições pode elaborar projetos de baixa tensão na área de Engenharia Elétrica. É importante ressaltar a importância do conhecimento das normativas, resoluções e artigos que regem suas atribuições.

Segundo o CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), o título de Engenheiro (a) Eletricista consta no Anexo da Resolução 473/02. Já a resolução nº 218/73 do CONFEA discrimina as atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Aos Engenheiros Eletricistas temos dois artigos que regem suas principais atividades descritas a seguir e em seguida categorizadas para Eletrotécnicos e Eletrônicos:

Atividade 01 – Supervisão, coordenação e orientação técnica;

Atividade 02 – Estudo, planejamento, projeto e especificação;

Atividade 03 – Estudo de viabilidade técnico-econômica;

Atividade 04 – Assistência, assessoria e consultoria;

Atividade 05 – Direção de obra e serviço técnico;

Atividade 06 – Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;

Atividade 07 – Desempenho de cargo e função técnica;

Atividade 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação

técnica; extensão;

Atividade 09 – Elaboração de orçamento;

Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade;

Atividade 11 – Execução de obra e serviço técnico;

Atividade 12 – Fiscalização de obra e serviço técnico;

Atividade 13 – Produção técnica e especializada;

Atividade 14 – Condução de trabalho técnico;

Atividade 15 – Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo

ou manutenção;

Atividade 16 – Execução de instalação, montagem e reparo;

Atividade 17 – Operação e manutenção de equipamento e instalação;

Atividade 18 – Execução de desenho técnico.

 

Com atribuição no artigo 8º compete ao ENGENHEIRO ELETRICISTA ou ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE ELETROTÉCNICA o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º  da Resolução nº 218/73 do CONFEA, referentes à geração, transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica; equipamentos, materiais e máquinas elétricas; sistemas de medição e controle elétricos; seus serviços afins e correlatos.

Com atribuição no artigo 9º compete ao ENGENHEIRO ELETRÔNICO ou ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE ELETRÔNICA ou ao ENGENHEIRO DE COMUNICAÇÃO o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º  da Resolução nº 218/73 do CONFEA, referentes a materiais elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços afins e correlatos.

Visto as atribuições dos Engenheiros Eletricistas é importante ressaltar que para a elaboração dos projetos de instalações elétricas os Engenheiros devem seguir as orientações das normas vigentes para os projetos de baixa tensão, destacadas a seguir:

Normas da ABNT:

  • NBR 5410 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão;
  • NBR 5419 – Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas;
  • NBR 5413 – Iluminação de Interiores;
  • NBR 10898 – Sistema de Iluminação de Emergência.

 

O CREA-SP e a ABNT possuem um convênio para a obtenção de descontos especiais na compra de normas técnicas. Portanto, os profissionais registrados e regulares com o Sistema Confea/Crea podem adquirir as normas com descontos consideráveis.

Com o apoio e orientação das normas técnicas o Engenheiro Eletricista no uso de suas atribuições pode desempenhar a elaboração dos projetos de baixa tensão, os quais possuem algumas características de apresentação geral descritas a seguir:

  • Representações unifilar e multifilar;
  • Aspectos gerais e essenciais de uma instalação elétrica de baixa tensão e conceitos elementares de eletricidade;
  • Fundamentos básicos de geração, transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica;
  • Tipos de fornecimento de energia elétrica para clientes usuários de energia;
  • Classificação, previsão de potência e distribuição dos pontos de utilização;
  • Pontos de iluminação, comando, tomadas de uso geral e de uso específico;
  • Distribuição de cargas, quadros de distribuição e regulamentos técnicos legais e de segurança;
  • Dimensionamento e especificação dos componentes das instalações elétricas de baixa tensão;
  • Sistema de iluminação, metodologia de dimensionamento luminotécnico;
  • Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).

Em todos os aspectos necessários para elaboração de um projeto de instalações elétricas existe uma teoria e cálculos necessários para cumprir os quesitos e disposições apresentadas nas normas técnicas. Uma boa literatura é crucial para a compreensão da teoria e a possibilidade de aplicação em cada projeto prático.

Pensando em literatura para instalações elétricas não podemos deixar de citar alguns bons autores, como por exemplo:

  • CREDER, Hélio. Instalações elétricas.
  • MAMEDE FILHO, João. Projeto de instalações elétricas industriais.
  • LIMA FILHO, Domingos Leite. Projetos de instalações elétricas prediais.
  • COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas.

Outro item bastante interessante na elaboração dos projetos de instalações elétricas é ter o conhecimento do detalhamento técnico exigidos pelas concessionárias de energia locais.

Localmente, na cidade de Birigui, a concessionária de energia é a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), que surgiu em 1912, com a fusão da Empresa Força e Luz de Botucatu, Empresa Força e Luz de São Manoel, a Companhia Elétrica do Oeste de São Paulo e a Empresa Força e Luz Agudos Pederneiras.

A CPFL fornece em seu portfólio de normas técnicas uma séria de GEDs (Gerenciamento Eletrônico de Documentos), nas quais, os engenheiros podem se atentar aos quesitos necessários para elaboração de seus respectivos projetos elétricos de baixa tensão.

A sigla GED, identificada no acervo técnico da CPFL, significa Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou Gestão Eletrônica de Documentos e é, na gestão de documento número 13 onde se trata de normatizar ou aplicar parâmetros para fornecimento de tensão secundária de distribuição de energia elétrica definida pela concessionária.

Podemos citar as seguintes GEDs como referências para atendimento de clientes de baixa tensão, fornecida pela CPFL:

  • GED-10126 – Fornecimento em Tensão Secundária de Distribuição – Ramal de Entrada Subterrâneo
  • GED-119 – Fornecimento de Energia Elétrica a Edifícios de uso Coletivo
  • GED-13 – Fornecimento em Tensão Secundária de Distribuição
  • GED-16800 – Considerações transição RIC BT x GED 13
  • GED-18334 – Padrão de Entrada para Atendimento de Clientes BT em Área de Uso Comum
  • GED-4621 – Medição agrupada para fornecimento em tensão secundária de distribuição
  • GED-6120 – Sistema CPFL de Projetos Particulares Via Internet – Fornecimento a Edifícios de Uso Coletivo

 

Uma vez contratado o projeto, o Engenheiro segue para elaboração da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), a qual, possui obrigatoriedade e deve ter emissão em todos os contratos de execução ou prestação de serviços ou obras realizadas no âmbito das áreas de Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia ou Meteorologia.

Cabe ressaltar que a ASSENAB (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Birigui) e outras associações conveniadas com o CREA SP realizam ações voltadas para a verificação do exercício profissional no sentido de contribuir com a fiscalização destas atividades.

A oferta de cursos e eventos técnicos para aprimoramento das atividades profissionais também é pauta constante nas associações e a ASSENAB, em suas redes sociais, apresentam todos os cursos, oficinas, convênios e parcerias firmadas para contribuir com a Engenharia e a sociedade local.

 

Engenheiro Eletricista e de Segurança do Trabalho Dr. Wesley Pontes

Inspetor do CREA SP

Março de 2022